Reuniões de Oração
- Todas as terças-feiras às 19:30hs -
(Obs: nas semanas com feriados as reuniões acontecem no dia do feriado, e às 18hs)
Dois tipos de reuniões
“Para apreciarmos a importância singular das reuniões de oração para a vida de uma igreja local, é necessário atentarmos para o fato de que havia dois tipos distintos de cultos na igreja do Novo Testamento, um padrão que é ainda seguido hoje pela maioria das igrejas bíblicas. Havia os encontros mais públicos para adoração e instrução, os quais são mencionados, sobretudo, em 1 Coríntios 14. Esses encontros eram “conduzidos” por pastores, mestres e outros líderes na igreja. Estes constituíam o grupo de liderança (ou da plataforma) e conduziam a adoração de acordo com as regras de Paulo para um culto ordeiro, pré-arranjado e harmonioso (conforme os fortes termos usados em 1 Coríntios 14:33 e 40). Os dirigentes eram, sem dúvida, todos homens, pois Paulo insistia que fosse assim (1 Coríntios 14:34-35).
Porém, havia também outro tipo de culto ou reunião, um tanto diferente, realizado pelas igrejas do Novo Testamento: eram as reuniões de oração. Estas eram menos “públicas” e, provavelmente menos formais. Aparentemente, até onde o registro bíblico nos permite ver, essas reuniões não continham instrução, e todos os participantes eram crentes. Com certa frequência, eram realizadas sob certa urgência, como reação a algum problema imediato ou pressão. E tudo indica que tanto homens como mulheres participavam orando. De maneira que essas reuniões eram diferentes das dos cultos de adoração e ensino que aconteciam no Dia do Senhor, o domingo.
Esse tipo de encontro aparece, pela primeira vez, nas páginas de Atos, pouco antes do dia de Pentecostes. Tratou-se de uma reunião dos discípulos num cenáculo em Jerusalém. “Todos estes perseveravam unanimemente em oração e súplicas, com as mulheres, e Maria, mãe de Jesus, e com seus irmãos” (Atos 1:14). A próxima reunião de oração registrada encontra-se em Atos 4:24, quando Pedro e João relataram aos discípulos que os principais dos sacerdotes os haviam proibido de falar em nome de Cristo. Embora esse encontro possa ter sido um encontro de apóstolos apenas, ele não perde seu valor como padrão, visto que as atividades dos apóstolos (com exceção das atividades de revelações e sinais que eram parte de seu ministério apostólico) constituem exemplos a serem seguidos. Ao depararem-se com uma séria ameaça contra o testemunho de Cristo, eles se uniram em uma reunião de oração. O mesmo aconteceu quando Herodes prendeu Pedro (Atos 12:5), e a igreja fazia contínua oração a Deus por ele. Lemos também, em particular, sobre o encontro realizado na casa de Maria, mãe de João, quando muitos se reuniram para orar.
O princípio de que crentes devem reunir-se para orar foi estabelecido pelo Senhor Jesus de maneira suprema nas conhecidas palavras de Mateus 18:19-20: ‘Também vos digo que, se dois de vós concordarem na terra acerca de qualquer coisa que pedirem, isso lhes será feito por meu Pai que está nos céus’.”
A reunião de oração é o termômetro espiritual de uma igreja local. Sem a benção do Senhor sobre a vida e trabalho da igreja tudo é em vão. O Senhor não abençoará igrejas que não o busquem corporativamente e não dependem Dele em oração. Assim, sob o comando e a promessa do Senhor, nos reunimos no meio da semana, para nos apresentar diante de Seu Trono de graça, com nossas petições por Sua igreja, por Seu povo, pela glória do Senhor.
Diretrizes Práticas Para a Reunião de Oração
Os seguintes cuidados são observados nas reuniões de oração da Igreja Batista Reformada da Palavra por todos aqueles que oram audivelmente durante as reuniões de oração. Esses cuidados são para que todos sejam encorajados a orar em público, e os fatores de inibição, mantidos ao mínimo, bem como o fervor e a reverência conservados. Oramos seguindo uma lista de motivos previamente organizada. Motivos esses que encompassam toda a vida da igreja e seu serviço a Cristo.
1. Devemos ter foco durante nossas orações, e nos engajar inteiramente em direcionar nossos pensamentos ao Céu quando conduzimos os outros irmãos em oração. Se vagarmos e formos distraídos no pensamento, Deus certamente nos terá por culpados.
2. Não devemos orar muito depressa. Outros estarão acompanhando nossas palavras de forma séria e profunda, como se fossem as suas próprias. Lembre-se: aqueles que nos acompanham devem ser capazes de nos entender, e se identificar com o que estamos dizendo. Não se deve por outro lado, tomar um passo muito vagaroso e moroso, para que os pensamentos daqueles que acompanham não vagueiem.
3. Não devemos adotar expressões estranhas e pessoais; antes, devemos nos dirigir a Deus de modo sincero e natural. Os irmãos eloquentes talvez precisem restringir os seus dons, e orar ao Senhor com humildade.
4. Não devemos pular de uma ideia à outra de forma desconexa, mas tentar refletir o exemplo bíblico de ordem na oração. Tampouco devemos entrar em divagações intermináveis.
5. Não devemos usar a oração para pregar, uma vez que estamos nos dirigindo a Deus, e não às pessoas. A oração não deve ser usada como meio de apresentarmos nossas opiniões pessoais aos presentes, de fazer-lhes repreensões ou exortações indiretas. A reunião de oração não é um fórum onde cada um expressa livremente a sua própria opinião ou reclamação através da oração.
6. Não devemos dar avisos a Deus, informando ou relembrando sobre diversos assuntos e detalhes, com a pretensão de informar às pessoas o motivo da nossa oração. Isso implica que Deus não é onisciente. Se um assunto é completamente desconhecido das outras pessoas, a necessidade ou petição deve ser mencionada antes da oração, ou devemos apenas orar sobre a essência do assunto, sem mencionar os detalhes.
7. Devemos orar em nossas próprias palavras, evitando citações, exceto das Escrituras ou ocasionalmente de um ou dois versos de um hino.
8. Ao exaltarmos os atributos e as obras de Deus, devemos tomar cuidado para que a oração não se torne uma pequena teologia sistemática. Precisamos apresentar os assuntos em pauta da lista previamente organizada, e de maneira clara e direta, exaltando algumas das magnificentes características do Senhor, em vez de todas elas, tendo em vista o breve tempo disponível para cada oração individual.
9. Não devemos perder o equilíbrio, concentrando apenas em oferecer louvor, ou principalmente em arrependimento, ou apenas em petições. Deve haver um balanço. A reunião de oração é sobre tudo uma reunião de petições, tendo em vista a obra e vida da igreja e o povo de Deus.
10. Não devemos ser melancólicos, voltando-nos constantemente para os nossos pecados ou para a nossa indignidade, para nossas dificuldades, referindo-se demoradamente aos sofrimentos de Cristo como se Ele não tivesse ressuscitado, e, portanto, nenhuma causa para regozijo. Podemos dar lugar especial a essa parte nas orações, mas também devemos lembrar as bênçãos que Cristo, Senhor ressurreto, adquiriu. Devemos orar como aqueles que receberam o Evangelho, isto é, as boas-novas.
11. Prestamos grande auxílio àqueles que acompanham nossas orações em silêncio, quando evitamos a constante menção de pronomes divinos, ou do nome do Senhor. Em razão do nervosismo, algumas pessoas começam cada frase de suas orações com “Ó Senhor!”, “ó Deus de...”, ou com expressões semelhantes. Isto, às vezes, faz com que os congregantes tenham muita dificuldade para se concentrar na oração.
12. Devemos evitar um tom de aborrecimento ou de desgosto na oração. Obviamente isto é inapropriado quando fazemos súplicas ao Deus todo-poderoso e soberano, pois sugere leviandade ou indiferença.
13. Também devemos tentar escapar dos hábitos que militam contra o verdadeiro sentimento, tal como iniciar cada petição com palavras padronizadas ou mecânicas. Devemos Também evitar o uso do “eu”, “meu”, e no lugar usar “nós” e “nosso”, já que se trata de oração congregacional e não particular; e cada crente está conduzindo toda a Igreja diante do trono da graça no momento em que faz sua oração.
14. Devemos evitar uma voz “cantada” na oração, ou carregada de emocionalismo artificial. O melhor antídoto para isto é a verdadeira seriedade na oração.
15. Não devemos permitir que as notícias da mídias ditem nossos assuntos de oração; jamais devemos fazer julgamentos ou comentários políticos.
16. Devemos cuidar para não sermos repetitivos. Isto pode ser legítimo na oração privada, mas não na oração pública. Entretanto, as mesmas coisas podem ser citadas inúmeras vezes, por pessoas diferentes em uma mesma reunião de oração.
17. Nunca devemos orar contra pessoas ou movimentos citando os nomes, como fazem os pentecostais, os quais pensam que são comissionados a expulsar satanás ou vingar-se das forças das trevas por meio de suas orações. Os salmos imprecatórios mostram Davi pronunciando orações de julgamento, mas ele o faz como um tipo de Cristo. No que diz respeito a nós, imprecações são prerrogativas exclusivas do Senhor, e não uma tarefa nossa. Quando os apóstolos eram perseguidos, eles colocavam diante de Deus somente a opressão de seus inimigos e, imediatamente, oravam por ousadia e bênção sobre a pregação da Palavra.
18. Devemos ser cuidadosos para não “exceder” a capacidade intelectual daqueles que nos acompanham em oração. Nossos antepassados usavam frequentemente Eclesiastes 5.2 como seu lema para a oração pública: “Não te precipites com a tua boca, nem o teu coração se apresse a pronunciar palavra alguma diante de Deus; porque Deus está nos Céus, e tu, na terra; portanto, sejam poucas as tuas palavras”.
Nossas orações devem concentrar-se, sobretudo, em torno dos motivos previamente anunciados (lidos em voz alta) pelo dirigente da reunião. Isso se faz para promover e manter uma atitude inteligente e consciente durante os cultos de oração, bem como para que todos os presentes conheçam e tomem nota dos motivos, podendo assim continuar a orar por tais em suas orações privadas. Os motivos de gratidão e as petições a respeito das quais oramos, fluem sobre tudo das questões referentes à obra do Senhor realizada pela congregação e a vida do povo de Deus aqui e para além.